quarta-feira, abril 1

Pintura: Há sempre um pintor dentro de nós!

Antes de começar este artigo devo, aos leitores e aos meus colegas, uma justificação por na semana passada não ter colocado o meu artigo como fora prometido. Para além dos vários trabalhos que tinha que realizar para o fim da semana anterior, este stress e o tempo que o teatro ocupa na quarta-feira fez com que me esquece de colocar o meu artigo. Assim decidi que seria mais adequado só colocá-lo esta semana.

O artigo de hoje é um complemento ao artigo anterior, em que apresentei o pintor Júlio Carmo Santos. Este artigo consistirá numa curta exposição sobre as obras deste pintor e sobre o principal movimento artístico em que Carmo Santos se insere, seguida por uma reflexão sobre a importância dos artistas no nosso concelho e sobre a relação pintor – público.

As obras de Carmo Santos são muito diversas, o pintor utiliza vários tipos de materiais como o pastel, carvão, aguarela e óleo, divergindo também no objecto de representação. Carmo Santos auto denomina-se como aguarelista, salientando-se as paisagens deslumbrantes cuja essência é muito bem captada pelo pintor. O retrato é uma outra representação a salientar no percurso de Júlio Carmo Santos. Fundamentalmente a carvão e a pastel os retratos do pintor são fabulosos, desenhados naturalmente e trabalhados de forma a que, através da simplicidade, se tornem retratos perfeitos e originais.

A pintura de Júlio Carmo Santos é constituída por características impressionistas, o que transparece na maioria dos seus alunos que optam por este movimento nas suas obras. Assim é o neo-impressionismo que envolve as obras do pintor. Este movimento apoia-se nas principais características do impressionismo de Manet, Degas e Monet, onde já não é tão valorizado o realismo e as técnicas académicas mas sim a impressão criada na tela que, sem o retrato fiel daquilo que é observado, representa uma realidade protagonizada pela luz e o movimento.
A razão principal para a realização deste artigo foi o facto de Júlio Carmo Santos ser meu professor de pintura, e de ter sido este mestre e pintor que me ensinou tudo o que sei sobre pintura a nível prático, e ter me levado a interessar-me pela história desta arte. É através da minha experiência que me baseio para este artigo.

Actualmente é raro encontrar alguém que conheça algum pintor do seu concelho, dizendo até que não exista quem se interesse por arte dessa forma na zona em que mora. Pois isso é o resultado do desconhecimento da população face a arte no nosso país e até do seu local de residência. A maioria das pessoas não se interessa, mas isso não significa que não exista cada vez mais interessados e profissionais nesta arte. A pintura é uma arte me ascensão no nosso concelho. Existem vários artistas que criam e participam em eventos artísticos no concelho, estimulando a população, promovendo e enriquecendo a nossa cultura. O GART, grupo de artistas amigos da arte é um dos exemplos da criação destes artistas. Este grupo foi criado pelo pintor Júlio Carmo Santos e é constituído por artistas do concelho, que através do GART participam activamente na cena cultural da zona. Assim é visível a importância dos artistas para a cultura de cada região, de cada país, de cada sociedade, são os artistas que mantém a cultura viva.

Mas os artistas não actuam por si só, baseiam-se também na relação pintor - público que é extremamente importante, pois a obra de um pintor é para ser vista, é uma demonstração de sentimentos, humores, talentos e ideias que o artista possui e que quer dar a descobrir a todos. Uma troca de experiências. Um pintor necessita vivamente de um público que se interesse pelas suas obras e que as critique, assim como o público necessita das obras, da arte para preencher a vida, para entender a vida e as suas diferentes perspectivas. Esta relação é muito íntima, pois o pintor transparece para os seus quadros o que demais profundo existe nele, e o público recebe tudo isto quando observa o quadro podendo provocar outras emoções. Esta relação torna-se ainda mais íntima e compreensiva através, por exemplo, da formação de pintura. Este tipo de aulas, como eu já tenho há mais de cinco anos, estreitou a relação pintor - público levando o artista a partilhar os seus segredos da arte com os seus alunos. Assim cada um pode conhecer melhor esta arte e os seus artistas, compreendendo-os e aprendendo cada vez mais com eles.

Em suma, aproveito para deixar a proposta de terem formação de pintura, pois ajuda a compreender a complexidade e simplicidade desta arte.

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